A hereditariedade e o meio ambiente interagem continuamente para influenciar o desenvolvimento. Nenhum cientista discutiria essa afirmação, embora ela seja por vezes desprezada por ser considerada um clichê. Pode ser clichê, mas não deixa de ser um conceito importante. Portanto, façamos uma revisão do que se entende por "ambiente", "hereditariedade", e "interação contínua".
O termo ambiente abrange uma miríade de influências. Algumas poderiam ser classificadas de química; por exemplo, drogas, alimentos e hormônios. Tanto antes como depois do nascimento, essas substâncias poderão alterar o curso do desenvolvimento. A maioria das influências ambientais é considerada sensorial; os indivíduos as assimilam por meio dos olhos, ouvidos e outros órgãos sensoriais. A categoria sensorial pode ser subdividida ainda mais. Algumas influências sensoriais são universais para membros de determinada espécie. Por exemplo, quase todas as pessoas enxergam padrões de claro e escuro e ouvem as vozes humanas. Outras experiências sensoriais são exclusivas de determinado indivíduo. Elas dependem de circunstâncias particulares da vida: uma determinada família, comunidade, escola e histórico. A cultura pode ser considerada um terceiro tipo de experiência sensorial. Uma criança que está sendo criada no Taiti será introduzida a experiências, padrões, costumes, instituições e idéias radicalmente diferentes daqueles de uma criança no Harlem ou nas colinas do Kentucky.
Hereditariedade ou genética refere-se às características físicas transmitidas diretamente pelos pais aos filhos, na concepção. Os genes não fixam o comportamento de forma rígida, mas estabelecem uma gama de possíveis respostas a determinado ambiente.
Para tornar este ponto de vista mais claro, considere o caso hipotético de uma órfã chamada Laura, que herdou a síndrome de Down. É provável que você já saiba que a síndrome de Down limita a capacidade de aprendizagem. Porém, nem a síndrome de Down nem qualquer outra fixa a inteligência em determinado nível. A capacitação mental dependerá do ambiente. Pessoas responsivas, afetuosas, entusiásticas, pacientes e habilidosas no cuidado com crianças podem ensinar muito à Laura. Ela pode dominar habilidade acadêmicas como leitura e aritmética. Ela pode aprender a manter uma conversação, ser responsável por seus cuidados pessoais e diários e ter um emprego simples. Mas, suponha que Laura seja criada por pais indiferentes ou ríspidos. Ela tenderá a aprender pouco e a funcionar de modo extremamente inadaptado. A ´hereditariedade de Laura cria, portanto, uma larga faixa de possíveis funcionamentosintelectuais.
Caracterizamos as interações entre hereditariedade e ambiente de contínuas. Por quê? No momento da concepção, a hereditariedade programa potencialidades humanas. Ao mesmo tempo, exatamente, o ambiente molda o comportamento. O material genético opera dentro de uma célula. O feto desenvolve-se e atinge a maturidade dentro do útero. As condições celular e uterina podem operar modificações substanciais no bebê em gestação. No decorrer de toda a infância e fase adulta, a hereditariedade e o ambiente continuam a moldar o desenvolvimento.
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