Três práticas parentais estão solidamente associadas à moralidade (no pensamento e no comportamento) e à prestimosidade.
Numerosos estudos revelam que, quando os pais são carinhosos e empenhados, os filhos comportam-se moralmente. Em uma investigação, Margaret Bacon e colaboradores (1963) examinaram dados antropológicos sobre 45 sociedades iletradas espalhadas pela África, América do Norte, Améríca do Sul, Ásia e Pacífico Sul. Eles queriam verificar se as práticas de criação de filhos têm alguma relação sistemática com taxas de criminalidade. Em sociedades em que os pais em geral empenham-se na criação dos filhos, havia uma frequência relativamente baixa de roubos. O treinamento abrupto e ríspido para a independência estava associado a altos índices de crimes violentos (atos em que as pessoas eram feridas ou assassinadas). Da mesma forma, ao estudar famílias americanas, David McClelland e seus colaboradores (1982) encontraram relações entre maturidade moral e carinho. Quando os pais eram carinhosos no início da vida dos filhos, estes, quando adultos, tendiam a raciocinar baseando-se em princípios. A rigidez parental foi associadam à imaturidade moral de crianças.
2. Modelo parental de comportamento prestativo e moral.
Se os pais são modelos prestativos, verificamos maior altruísmo e moralidad nos filhos. As mulheres e homens que, na década de 1960, lutaram pelo direito ao voto dos negros no sul dos Estados Unidos em geral provinham de lares em que um dos pais ou ambos estavam comprometidos com ideais humanitários (Rosehan, 1970). O mesmo é verdadeiro para as pessoas que ajudaram judeus a fugir dos nazistas na Alemanha (london, 1970). Estudos experiemntais confirmam a idéia de que modelos parentais de solidariedade aumentam a probabilidade de comportamento prestativo em crianças (Eisenberg-Berg & Geisheker, 1979; Yarrow, 1973).
3. Treinamento de empatia.
Embora as diferenças nos graus de empatia possam ter base genética (Rushton, 1984), a empatia (capacidade de experimentar os pensamentos e sentimentos dos outros) pode, sem dúvida alguma, ser estimulada ou desestimulada. Em geral por meio da disciplina, os pais motivam os filhos a avaliar seus desejos em relação aos requisitos morais da situação, a considerar as necessidades dos outros e a honrar a regra de ouro: faça ao próximo aquilo que você gostaria que os outros lhe fizessem. Táticas disciplinares que comunicam as razões pelas quais as crianças deveriam mudar o comportamento parecem fazer desenvolver a empatia. Especialmente eficazes são os apelos a preocupação da criança para com os outros, fornecendo-lhe informações sobre como seus atos podem prejudicar o próximo, as chamadas estratégias de explicações causais ou de indução (Hoffman, 1982; Radke-Yarrow & Zahn-Waxler, 1984). Crianças expostas a esses métodos tendem a demonstrar níveis altos de maturidade moral, solidariedade e sentimento de culpa por mau comportamento.
Se os pais usam principalmente força e ameaças, os filhos desenvolvem moralidades extremas, aquelas baseadas nomedo da punição. Concentrando-se em repressões extremas, essas crianças parecem menos propensas a internalizar valores parentais e a se comportar moralmente quando ninguém está por perto para obrigar o cumprimento da regra (Baumrind, 1983; Lepper, 1982).
A empatia pode ser ensinada de forma deliberada. Norma Freshback e seus colegas (1984) desenvolveram exercícios de empatia para o ambiente escolar, projetados para aguçar as habilidades das crianças em (1) identificar emoções sentidas por outras pessoas, (2) entender situações com base nas perspectivas de outras pessoas e (3) experimentar pessoalmente as emoções de outros. Em experimentos piloto, crianças altamente agressivas que foram treinadas com esses exercícios comportaram-se menos anti-socialmente do que um grupo comparável de crianças que não havia recebido treinamento empático.
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